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domingo, 22 de janeiro de 2012

Miss Mundo

"Também somos ricos das nossas misérias".
A frase foi extraída do livro "O pequeno príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry. Era o livro de cabeceira de quase todas as misses do passado que, em massa, ano após ano, repetiam automaticamente ter como sonho a paz mundial. Digno, certamente, missionárias da beleza e mensageiras do bem.

Miss Nigéria 2011
As misses da atualidade inovaram os discursos, os concursos estão repaginados, as medidas das beldades estão mais democráticas, as mulheres se tornaram mais independentes... talvez as novas misses prefiram sonhos, digamos, realizáveis.

Mas é inegável que se tal clichê fosse página virada não só nos concursos de beleza universais, mas um sonho realizado, a sociedade julgaria a paz mundial como beleza hour concour. 

Imagem: Site Ego
No Miss Universo 2011, a vencedora Leila Lopes, representante de Angola, não teve a oportunidade de falar sobre paz, já que foi questionada apenas sobre sua belíssima forma física.

Mas vale destacar que a independência de Angola, conquistada em 1975, não representou paz, pelo contrário, foi o ponto de partida para uma guerra civil que ocorreu até 2002, matou 2 milhões de pessoas, sem falar nos milhares de órfãos, refugiados e as tantas tragédias que somam misérias ao que parece não ter fim, nem mesmo um final infeliz. 

Se hoje não é em Angola, há sempre uma bomba explodindo em algum lugar do planeta. Diariamente, temos notícias de algum front, indefinidamente nos distanciando da sonhada paz mundial. A guerra é feia e não deixa a beleza da paz reinar.

Do passado, temos Histórias de artilharias pesadas e alguma noção de que Santos Dumont teria cometido suicídio quando viu que sua maior invenção, o avião, estava sendo usado para a guerra. Também temos alguma noção de que muita gente desaparece e não deixa rastro de notícias.

Em agosto de 2011, o repórter Gerson de Souza fez uma grande reportagem na Àfrica. "A Somália sofre com uma guerra civil por conflitos religiosos que já dura 20 anos. Estima-se que 1.800 pessoas cheguem por dia ao maior campo de refugiados do mundo, localizado na cidade de Dadaab, na fronteira com o Quênia". 

É desgraça em cima de desgraça e faz parte do que chamamos de Humanidade. As imagens do povo sofrendo com a seca, a fome, o desespero da sede que se mata em conta gotas, tudo se torna ainda mais complexo porque milicianos roubam comida e remédios enviados pela ONU. 

Aviso: Estou indicando a matéria, mas recomendo somente aos fortes porque é no mínimo perturbadora - para não dizer devastadora.

Front do momento:

Ataques na Nigéria deixaram pelo menos 215 mortos, diz jornal


Imagem: ABOLA.PT



































































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